CISTITE RECORRENTE POR BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM PACIENTE CANINO: RELATO DE CASO
Resumo
A infecção do trato urinário (ITU) é um diagnóstico comum na rotina clínica de animais de companhia e uma das causas mais frequentes de enfermidade em cães. Bactérias gram-negativas, como Escherichia coli e Proteus spp., são frequentemente isoladas em exames de rotina de pacientes com sinais clínicos de doenças do sistema urinário, estando dentre os principais agentes associados à resistência antimicrobiana na medicina veterinária. O objetivo do presente estudo foi relatar a estratégia diagnóstica e clínica de um paciente canino com cistite recorrente por bactérias multirresistentes. Foi atendida uma fêmea canina da raça Dachshund, com aproximadamente dez anos, castrada, apresentando histórico, fatores predisponentes e sinais clínicos de ITU. Coletou-se amostra de urina para realização de urinálise, cultivo microbiológico e teste de suscetibilidade a antimicrobianos. Os resultados da urinálise apontaram urina na cor amarelo ouro, aspecto levemente turvo, odor fétido e amoniacal, bacteriúria, proteinúria, hematúria, leucocitúria, pH elevado e presença de cristais de estruvita. No cultivo microbiológico, foram isoladas as bactérias Escherichia coli e Proteus mirabilis, as quais apresentaram resistência a maioria dos antimicrobianos utilizados para tratamento de ITUs, além de resistência a múltiplas drogas. Em virtude do diagnóstico de ITU complicada e ao fato de não haver um antimicrobiano em comum com ação inibitória às duas bactérias isoladas, o tratamento foi iniciado com doxiciclina, seguido da utilização de amoxicilina/ácido clavulânico. Após trinta dias de tratamento, a paciente apresentou remissão total dos sinais clínicos de ITU.
